Dra. Priscila Pellegrini
Construindo segurança
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Artigos científicos
Assédio moral no trabalho, aposentadoria e dinâmica familiar: repercussões percebidas pelo casal
O presente estudo qualitativo objetivou compreender repercussões do assédio moral no trabalho e do processo de aposentadoria na dinâmica familiar, na perspectiva do casal. É um estudo de caso único, cuja esposa estava em fase de aposentadoria e vivenciando situação de assédio moral no trabalho. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas com o casal. Realizou-se análise de conteúdo categorial. Os resultados evidenciaram repercussões diretas do assédio moral no trabalho, nos aspectos físicos e emocionais da esposa e conflitos na família, o que demandou reorganizações e adaptações entre os subsistemas familiares. Conclui-se sobre a importância do reconhecimento das relações conjugais e familiares como estratégias de intervenção para o enfrentamento das situações de assédio, no contexto laboral, na fase de aposentadoria.
Pellegrini, P. G., Tolfo, S. D. R., & Moré, C. L. O. O. (2021). Assédio moral no trabalho, aposentadoria e dinâmica familiar: repercussões percebidas pelo casal. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 22(1), 29-39.
Repercussions of workplace bullying on marital relationships
O objetivo do artigo foi compreender o impacto do assédio moral no trabalho para o relacionamento conjugal de casais brasileiros. Os resultados indicaram que a experiência de assédio vivida por um dos parceiros influenciou o relacionamento conjugal e resultou em períodos de afastamento, conflitos, mudança no comportamento sexual e subsequente aproximação. Ao mesmo tempo, o relacionamento conjugal atuou como proteção contra o assédio moral no trabalho. O estudo foi exploratório e contribui para entender as repercussões do assédio em um nível mais profundo que atinge as pessoas próximas ao alvo, especialmente, o parceiro conjugal.
Pellegrini, P. G., Gonçalves, J., & Tolfo, S. D. R. (2018). Repercussions of workplace bullying on marital relationships. Qualitative Research in Organizations and Management: An International Journal, 13(1), 98-120.
Intervenção em grupo de apoio psicológico a trabalhadores vítimas de assédio moral
O objetivo do artigo foi apresentar a intervenção realizada com um grupo de apoio psicológico para trabalhadores assediados moralmente. Os grupos de apoio com pessoas alvo de assédio moral no trabalho são alternativas emergentes e com resultados positivos aos participantes. Os resultados da intervenção indicam maior esclarecimento sobre o assédio moral, elaboração de novas estratégias de enfrentamento e o desenvolvimento de um contexto de apoio mútuo entre os participantes.
Albanaes, P., Rodrigues, K. J. R., Pellegrini, P. G., & Tolfo, S. R. (2017). Intervenção em grupo de apoio psicológico a trabalhadores vítimas de assédio moral. Revista de Psicología (Lima), 35(1), 61-96.
Assédio moral contra servidoras públicas
O objetivo do artigo foi caracterizar a experiência de mulheres trabalhadoras de organizações públicas em relação ao assédio moral no trabalho. Os resultados mostraram casos de assédio que se caracterizaram, principalmente, como vertical descendente, por parte do superior para o subordinado e o abuso de poder como um agravante nos casos de assédio com mulheres em organizações públicas.
Pellegrini, P. G.; Tolfo, S. R. ; Nunes, T. S. (2017). Assédio moral contra servidoras públicas. Revista Eletrônica da Unifebe, 1, 183-198.
Diferenciação do adulto jovem: um estudo de caso em atendimento familiar
Este artigo descreve o processo psicoterapêutico realizado com uma mãe e um filho adulto jovem, que buscaram atendimento em função dos conflitos existentes entre eles. Identificou-se uma estrutura familiar marcada pela fragilidade das fronteiras entre os subsistemas, destacando-se o distanciamento entre os pais e o emaranhamento mãe-filho. Evidenciava-se dificuldade no estabelecimento de limites no relacionamento e no ambiente físico em que viviam. Essa ausência de fronteiras claras pode dificultar o processo de individuação e a aquisição de autonomia. Realizaram-se atendimentos quinzenais, a partir do referencial relacional-sistêmico. Iniciou-se a psicoterapia com sessões conjuntas com mãe e filho, às quais se seguiram sessões individuais alternadas, com o objetivo de reforçar as fronteiras e a diferenciação entre eles, destacando-se perspectivas e projetos pessoais. Ambos demonstraram crescente capacidade para refletirem sobre si mesmos, sem recorrerem às queixas sobre o relacionamento e investindo em outros relacionamentos. Constatou-se que a terapia relacional-sistêmica pode contribuir para o reestabelecimento de possibilidades e desenvolvimento da autonomia.
Pellegrini, P. G.; Silva, I. M. ; Barreto, M. ; Crepaldi, M. (2015). Diferenciação do Adulto Jovem: Um Estudo de Caso em Atendimento Familiar. Pensando Famílias, 19, 114-129.
Capítulos de livro
Assédio moral no trabalho: características, legislações e intervenções em Psicologia
A violência faz parte da história da humanidade e a conquista de um mundo sem ela parece cada vez mais distante. É expressa de diferentes formas nos diversos países, comunidades, grupos, famílias e organizações de trabalho, e suas consequências não se esgotam com o tempo e/ou promessas políticas, pedidos de desculpas, ou até mesmo com resposta da justiça. Neste capítulo, o foco é nas violências decorrentes de situações de trabalho – em especial o assédio moral -, sendo estas consideradas riscos a todas as profissões e ocupações. O presente capítulo caracteriza o assédio moral no trabalho, suas consequências, possibilidades de intervenção na área da Psicologia e as legislações que o tangenciam. Trata-se de uma revisão crítica da literatura que utilizou autores clássicos da área de conhecimento e legislações disponíveis para leitura e análises.
Pellegrini, P. G., Gonçalves, J., Tolfo, S. R., & Nunes, T. S. (2023). Psicologia forense e políticas públicas: articulações para o enfrentamento da violência. In Azevêdo, A. V. S. (Org.). “Assédio moral no trabalho: características, legislações e intervenções em Psicologia”, São Paulo, Dialetica.
The interface between significant others and workplace bullying, emotional abuse and harassment
Though limited, the extant international literature on the interface between significant others, such as family and friends, and workplace bullying, emotional abuse and harassment is not restricted to cross-domain spillovers where significant others are indirect targets, but encompasses evidence of families as perpetrators as well as direct targets of workplace mistreatment. In terms of spillover, significant others are found to support targets and bullies while mixed effects mark the relationship between significant others and targets and bullies. The spillover experiences of significant others are found to vary across the different family subsystems as well as between friends at and beyond work. Moreover, families either themselves bully their members due to/during the latter’s work or are complicit when their members are bullied by others at work. They also bully third parties whose work involves interacting with their members. Besides, families are directly targeted either by the same bully who mistreats their member at work or by the targets who are bullied by their member at work. This breadth of insights comes largely from literature revolving around targets and their significant others, though there are a few findings pertaining to bullies and their significant others. What is striking is the paradoxical role of significant others which simultaneously buffers targets yet adds to the strain. Suggestions for further research to deepen our understanding and then feed into suitable interventions are made.
Pellegrini, P. G., Tolfo, S. R., Bolze, S. D. A., & D’Cruz, P. (2021). The significant others of victims of bullying, emotional abuse and harassment at work. In D’Cruz, P. & Noronha, E. “Pathways of job-related negative behaviour”, vol. 2, Singapore, Springer.
Intervenções relacionadas ao assédio moral no trabalho: revisão da produção científica nacional e um relato de atuação em psicologia
O capítulo apresenta uma revisão de literatura acerca de intervenções relacionadas ao assédio moral no trabalho e permite identificar uma diversidade de objetivos e de perspectivas para a discussão deste tema. Há autores preocupados em descrever as formas de atuação e combate ao assédio moral no trabalho, métodos de intervenção, alternativas de coibição e prevenção, relatos de projetos de universidades que visam atender e intervir junto à comunidade civil e um estudo dedicado à descrição de medidas de implementação e avaliação do processo de capacitação de uma comissão de combate e prevenção ao assédio moral. Além disso, o texto apresenta o relato de um grupo de apoio psicológico para trabalhadores assediados moralmente no trabalho, realizado pela equipe do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Processos Psicossociais e
de Saúde nas Organizações e no Trabalho (NEPPOT) do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O grupo é entendido, ao lado das propostas descritas ao longo deste capítulo, como uma importante possibilidade de atuação ante o assédio moral no trabalho.
Gonçalves, J., Schweitzer, L., Pellegrini, P. G., & Tolfo, S. R. (2017). Intervenções relacionadas ao assédio moral no trabalho: revisão da produção científica nacional e um relato de atuação em psicologia. In: Renato Tocchetto de Oliveira; Suzana da Rosa Tolfo; Luis Allan Künzle; Fernanda da Conceição Zanin; Cristina Maria Fagundes Prisco. (Org.). Assédio moral no trabalho: Fundamentos e ações. 1 ed. Florianópolis: Lagoa Editora, v. 1, p. 149-178.
Grupo de apoio psicológico a vítimas de assédio moral no trabalho: uma proposta de intervenção
O capítulo conta a história do Projeto de Extensão "Prevenção e combate ao assédio moral no trabalho para a saúde do trabalhador", aprovado no Programa de Extensão Universitária (PROEX) do Governo Federal. A execução do projeto privilegiou a elaboração de uma cartilha informativa sobre o tema e o planejamento e execução de um grupo de apoio psicológico para trabalhadores assediados moralmente no trabalho. Em 2011, realizou-se o primeiro grupo, destinado especialmente aos servidores da UFSC e depois foi ampliado para a comunidade devido à procura de trabalhadores de diferentes organizações. O grupo se configura como um espaço de escuta, troca de experiências e ideias, compartilhamento de informações, esclarecimentos sobre a temática e auxílio na construção de estratégias de enfrentamento. Os grupos são coordenados pela professora coordenadora do projeto e por alunos dos cursos de graduação e pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina.
Tolfo, S. R., Gonçalves, J., & Pellegrini, P. G. (2017). Grupo de apoio psicológico a vítimas de assédio moral no trabalho: uma proposta de intervenção. In: Lis Andrea Pereira Soboll. (Org.). Intervenções em assédio moral e organizacional. 1ed.São Paulo: LTR, v. 1, p. 87-101.